[Betim Rock Entrevista] Paulo Alves



Há muito tempo, num Brasil muito distante, bandas de rock surgiram de várias regiões e enriqueceram o cancioneiro nacional. Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Sul do país cativavam os ouvidos e os corações de um povo jovem necessitado de porta-vozes. Durante este período, muitos talentos surgiram; pessoas virtuosas usaram suas poesias e instrumentos musicais para transmitir sua mensagem, ora direta, ora velada, aos seus seguidores. 

Neste período surgiu, vindo do Sul, um músico de talento ímpar, dedicação sem igual, que não usa meias-palavras e, como um legítimo gaúcho, convicto de seus ideais: Paulo Alves. 

Influenciado pela boa música, Paulo nos brinda há muitos anos com suas bandas e projetos de grande repercussão. O mais recente, “No Driive” (NO DRII>E!, como gosto de escrever), prestes a completar seu primeiro ano de vida, não chega a ser itinerante, mas escolhe muito bem os locais onde pousa. Nele o grupo formado por Paulo, Gutho Alves, Thiago Barrez e Marcinho Carvalho traz um repertório que une o melhor da música nacional e internacional, meticulosamente garimpado e eximiamente executado, além de contar com pontuais participações especiais. 

Segue a entrevista:


Betim Rock - Conte-nos sua história pessoal e musical. 

Paulo - Sempre gostei de música, levo isso a sério, nunca toquei por “modinha”, estilo, etc. Gosto de música boa, letra de fundamento e toda a estrutura harmônica bem composta. 
Minha influência, como disse, é toda música boa, PINK FLOYD é o que mais escuto. 
E ouvir e assistir a bons músicos também é algo fundamental, definitivamente estar em frente a músicos ruins, não consigo. Música é algo sério! 


Betim Rock - Por que você veio para Betim?

Paulo - Cheguei à Betim depois de ter morado no Eldorado, pois vim para Minas Gerais para estudar. Surgiu a oportunidade de tocar na Banda SOLLAR; juntei as coisas.
Depois vim para Betim tocar no MODULLUM e desde então, estou por aqui.


Betim Rock - Você integra uma das bandas mais antigas em atividade na cidade, o Tchêuai. Como foi essa trajetória até aqui? 

Paulo - Bem, tocávamos no MODULLUM, eu e o Marcinho, e já existia um embrião na cidade encarando algo que não existia aqui, shows na rua, bares, academias, etc. Isso não existia, o que tínhamos eram bailes. Saimos do MODULLUM e nos juntamos ao Gutho Alves, Germano, Kiko e Luciano - a historia tem mais detalhes em relação a esse começo, que aí deveria ser contada pelo Gutho Alves - e então nasceria o TCHÊUAI, que sem sombra de duvidas, foi a banda mais importante que Betim já teve para que esse cenário atual , esteja acontecendo. Hoje a cidade tem locais, músicos, instrumentos. Naquela época não havia nada (SIC), mas fazíamos. Hoje nos sentimos um pouco excluídos por pessoas que muitas vezes compram uma guitarra, e pronto. 


Betim Rock - No Driive! 

Paulo - O projeto nasceu com um único propósito. Comecei a ver que a cidade estava com duas vertentes só, o Universitário da vida, e aquilo que a moçada mais nova entende como ROCK MANEIRO, ou seja, outros sons parecem não interessar. Daí, conversei com o Thiago Barrez e ele topou tocarmos coisas sem a obrigação de estar agradando ou não, tocar pela música. E daí, não importa o estilo, o nome do cantor, etc, sendo música boa... 

Pensamos também em não vincular muito às apresentações o barulho, a distorção, daí começou a surgir o nome NO DRIIVE, que é com dois “is” para que não tenha tradução. Falei com o Gutho Alves, e ele topou. Marcinho também, no caso voltou a tocar para fazermos o projeto. Combinamos o seguinte: não teremos ensaios, não queremos excelência em execuções. Queremos a reunião dos amantes da boa música. Infelizmente, muitas pessoas acham isso tudo um “nada a ver” e se afastam, não compartilham da ideia, ou seja, certas coisas na cidade estão muito vinculadas a “quanto vou ganhar”, e o projeto não gera grana. Nós mesmos não cobramos nada, o local, sim, cobra algum couvert e tal, mas o projeto existe para trazer ao publico músicas pouco conhecidas, outras informações, e também enfatizar a verdadeira boa música mineira, artistas que fizeram parte do clube da esquina, talvez o maior patrimônio musical de minas, e que os jovens de hoje não cantam, não aprendem! 

Os integrantes do projeto já tiveram muito esses momentos da adrenalina a mil, casa cheia, todos loucos, “o pau quebrando”. Sabemos bem como isso acontece, pois nas passagens de som do TCHÊUAI, já apareciam mais pessoas do que em muito show das bandas de hoje, mas isso não é mais o nosso foco, queremos as pessoas que querem apreciar o projeto, e essa é a batalha mais difícil, porque daí depende de CULTURA, formação, etc. Sabe aquele lance de você se arrumar em casa para ir ao teatro, assistir a uma peça? Você não vai ao teatro pra beber, encher a cara... 

Dia 7 de abril completaremos 1 ano de projeto, pra nós muito bem sucedido, pois conquistamos admiradores, amigos, e isso é o que vale. Esperamos que as pessoas entendam o propósito e apoiem, pois falar que Betim não tem nada é muito fácil. 


Betim Rock - Como é a repercussão do No Driive em Betim e fora da cidade?

Paulo - Bom, temos admiradores em BH, já tocamos muitas canções desconhecidas, das quais foram pedidas em outras edições, e isso é uma vitória. Quanto ao que acontece fora da cidade, não tenho notícia, pois é tudo muito complicado. Em Betim uma banda pede ajuda financeira pra viajar e não consegue; depois vai para a Argentina, e passa a ser uma banda de BETIM (risos), isso é muito ridículo! Precisamos mudar a forma de pensar. O projeto, por exemplo, teve o prazer de receber algumas pessoas que foram se apresentar, e depois nunca mais apareceram, ou seja, aquele lance de “vou tirar uma casquinha”. Betim tem muito disso, mas isso no meio musical é pobre, essas pessoas não são artistas (...) a gente entende e as respeita, não como artistas, mas respeita. 


Betim Rock - Novos projetos?

Paulo - O nosso sempre “novo projeto” é o NO DRIIVE. Ele, a cada apresentação, é sempre novo.





Para acompanhar o NO DRII>E!, acesse: http://www.facebook.com/no.driive?fref=ts

2 comentários:

  1. Parabéns Ben Hur por toda contribuição em prol da arte na cidade de Betim! Você é um cara pioneiro e te respeito muito, cara! Sucesso ao projeto NO DRIVE e que você continue essa longa trajetória de militância artística em Betim!


    E Bruno, show de bola as entrevistas! Já estou curioso para saber quem será o próximo entrevistado!

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  2. e ae.. tenho uma bandaa de pop rock.. e estamos muito interessado de tocar nesses evento.. vou deixa o link de nossa pag. no facebook quem sabe agente faz um rock por ai.. https://www.facebook.com/pages/Motel-M%C3%B3vel/163279533760665

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